Entenda o que é o capitalismo, sua origem, fases e efeitos
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Todo mundo já ouviu falar sobre o tal do capitalismo. É impossível que você nunca tenha visto o meme “isso é culpa do capitalismo” ou ouvido a expressão “você é uma pessoa muito capitalista”.
Aliás, você deve saber que aqui no Brasil nós vivemos o sistema capitalista. Mas sabe o que isso significa? O que ele é? Como funciona? De onde ele veio?
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Entender e conhecer o sistema capitalista é importante tanto para compreendermos a economia que vivemos quanto para os vestibulares, além de que em alguns cursos de graduação eles irão se aprofundar ainda mais nesta temática.
Por isso, é interessante que você continue esta leitura, que irá te auxiliar em ambas frentes.
O que é Capitalismo?
O capitalismo é um sistema econômico e social em que os meios de produção são de titularidade privada e o lucro e a acumulação do capital são direitos dos proprietários.
Sua base, de acordo com o pensador liberal, Adam Smith, é a necessidade natural que o homem tem de atender aos seus próprios interesses.
Então, para existir, o capitalismo opera através das leis de livre iniciativa, concorrência e da oferta e da procura. Neste caso, a intervenção do Estado na economia é mínima e o mercado é quem regula as relações econômicas.
Características da Capitalismo
Algumas características do capitalismo são:
- Passa a ser entendido como um direito natural dos homens ter o direito à propriedade privada;
- A livre iniciativa;
- A livre concorrência;
- Lei do mercado, onde existe a demanda de oferta e procura;
- O lucro como o principal objetivo de toda cadeia produtiva;
- A possibilidade de acumulação de riquezas;
- A instituição do trabalho remunerado no lugar do trabalho servil;
- Os proprietários privados e o Estado controlando os sistemas de produção.
Origem do Capitalismo
O capitalismo surgiu na passagem da idade média para a Moderna na Europa Ocidental. Naquele período, o feudalismo estava em decadência e o nascia uma nova classe social, a burguesia.
Os burgueses eram os donos de fábricas e propriedades, detentores dos meios de produção. O surgimento desse grupo fez com que a prática do comércio e a circulação de mercadorias também crescesse.
Além disso, as revoluções burguesas e a industrial que aconteceram na época, entre os séculos XVII e XVIII, fizeram com que o sistema capitalista se consolidasse e assim se instituiu um novo modo de produção.
Com a nova era de produtos de fabricação em massa e o aumento da urbanização, os modos de produção passaram por mudanças, o que possibilitou o barateamento dos produtos e a melhoria do atendimento às demandas do mercado.
Outro fator importantíssimo para o surgimento do capitalismo foi a melhoria dos meios de transporte. As rotas marítimas facilitaram o comércio entre territórios distantes.
Fases do Capitalismo
Consideramos que o capitalismo foi dividido em três fases durante sua história. São elas: comercial, industrial e financeiro
Capitalismo Comercial ou Mercantil
Também pode ser chamado de era pré-capitalista. Aconteceu durante entre os séculos XV e XVIII e tinha como base as trocas comerciais com a finalidade de enriquecimento dos proprietários.
É a época em que acontece a transição do feudalismo para o capitalismo. Os meios de produção deixam de ser um poder e passam a ser um bem que pode ser comercializado.
Sendo assim, nesta fase, o capitalismo era basEaDo então no sistema mercantilista. É neste momento que surge a moeda, a balança comercial favorável – quando se exporta mais que importa -, e o monopólio das atividades mercantis.
Portanto, o intuito principal do capitalismo comercial ou mercantil estava no acúmulo de capital através do comércio.
Capitalismo Industrial ou Industrialismo
Esta fase ficou marcada durante os séculos XVIII e XIX, uma vez que neste período aconteceu a revolução industrial. Com ela, surgiu também as máquinas movidas a vapor e a expansão das indústrias, fazendo com que o capitalismo atingisse um novo patamar.
A evolução dos maquinários altera os modos de produção que passam de manufaturados para industrializados. Essa mudança traz uma larga expansão no sistema fabril e na urbanização.
Como antes os produtos eram feitos a mão, a produção deles só aconteciam com a solicitação da demanda. Com a industrialização da produção, foi possível passar a produzir em larga escala em um curto espaço de tempo e acumular a produção, ou seja, era possível fornecer produtos no mercado sem uma demanda prévia, crescendo a necessidade de se criar um mercado consumidor.
Neste momento, passa a imperar o liberalismo econômico, que é quando o mercado e a livre concorrência passam a atuar sem a intervenção do Estado na economia.
É importante ressaltar que nesta fase também tivemos grandes problemas sociais. Com a aceleração dos processos industriais, a substituição do trabalho manual pelo industrial, ou seja, a substituição do homem pela máquina, as vagas de trabalho diminuíram, as condições eram precárias, jornada de trabalho extensa e baixos salários.
Capitalismo Financeiro ou Monopolista
Por fim, a terceira fase capitalista começa a partir do século XX, após o fim da Segunda Guerra Mundial (1939 – 1945), impulsionada pela expansão da globalização e o advento da segunda revolução industrial.
Com as indústrias dominando o cenário do capitalismo, passa a imperar também nesta fase as leis dos bancos, das empresas multinacionais e das grandes corporações por meio do monopólio financeiro. É esta a fase capitalista que vigora até os dias atuais.
É bom lembrar que as indústrias e comércios ainda lucram, mas, passam a ter esses lucros controlados pelo poderio econômico dos bancos comerciais e instituições financeiras.
Alguns estudiosos acreditam que este sistema econômico já entrou em sua quarta fase com o advento das tecnologias digitais. Sendo assim, estaríamos na fase do capitalismo informacional ou cognitivo.
Efeitos da Capitalismo
Com a adoção do sistema capitalista, a sociedade passou a conviver com o poder na mão de poucos. Os proprietários, donos dos meios de produção, acumulam os lucros enquanto os trabalhadores, que são a mão de obra, vivem na exploração econômica.
Outro efeito que o capitalismo trouxe foi o fato do lucro passar a ser mais importante que o bem social. Não há atenção à mão de obra, às classes prejudicadas pelo sistema, mas, há total foco para o sistema econômico e seu crescimento.
Isso vale também para os recursos naturais e o meio ambiente. Prioriza mais a produção e os lucros de mercado ao invés da exploração dos recursos naturais e a preservação do meio ambiente.
Formas do Capitalismo
Os diferentes graus de mercado, propriedade pública, obstáculos à livre concorrência e políticas sociais sancionadas pelo Estado apresentam diferentes formas de capitalismo. Todas essas características variam nos diferentes modelos de capitalismo.
A maioria das economias capitalistas existentes são economias mistas, que combinam elementos de mercados livres com intervenção estatal e, em alguns casos, planejamento econômico.
As economias de mercado existem sob muitas formas de governo, em diferentes momentos históricos, lugares e culturas, o que, consequentemente, faz com que existam diferentes formas de capitalismo, mas todas elas basEaDas nas mesmas premissas: propriedade privada, lucro e livre mercado.
Vantagens e desvantagens da Capitalismo
Como todo sistema econômico, social, ou seja qual for, há suas vantagens e desvantagens. Veja a seguir quais são os prós e contras do capitalismo:
Vantagens
A primeira vantagem que podemos elencar aqui é que o fato do capitalismo ser basEaDo na livre concorrência de mercado, essa competição alimenta a redução dos valores dos bens de consumo.
Para que haja concorrência é necessário que um dos fornecedores ofereça diferenciais com relação aos seus iguais. Isso pode acontecer tanto na qualidade do produto, quanto no preço. Consequentemente o comprador irá avaliar o custo-benefício da sua compra antes de adquirir o produto desejado.
Porém, as chances de escoamento de mercadorias são maiores para aqueles que vendem-as por um preço mais baixo no mercado.
Segunda vantagem: empresas eficientes. A competição faz com que as empresas se preocupem mais com a eficiência do seu trabalho e produto final. O fato dos consumidores serem livres para escolher qual será seu fornecedor faz com que eles busquem por empresas que além de ter o melhor preço e produto, busquem também pelo melhor atendimento e trabalho.
Terceira vantagem: a inovação. A dinâmica imposta pelo sistema capitalista faz com que os produtores busquem constantemente desenvolver novos produtos e serviços para satisfazer cada vez mais o cliente, ou, fomentar novas buscas. Tudo isso visando a obtenção de lucro.
Desta forma, o capitalismo gera um mercado com muitas opções de escolha para os consumidores e novidades constantemente.
Última vantagem a ser citada por aqui, o poder dos consumidores em serem livres para fazerem suas escolhas. A alta concorrência entre as empresas e a diversidade de produtos e serviços oferecidos oferecem esse poder aos consumidores.
Como dissemos anteriormente, os consumidores na hora da compra vão analisar o produto, atendimento, serviço e o valor antes de adquirir o que deseja. Claro que essa liberdade também está vinculada ao poder de compra do consumidor, mas, dentro dessa limitação, ele tem a liberdade de escolha.
Desvantagens
Se de um lado há vantagens, logicamente temos desvantagens. E a primeira delas que vamos apontar aqui é a desigualdade social causada pelo capitalismo.
Como o objetivo principal deste sistema é a geração de lucro e a acumulação de riquezas, o capitalismo irá trazer o enriquecimento de apenas uma parcela da população – geralmente os donos dos meios de produção – e o empobrecimento das camadas mais baixas – que normalmente são a mão de obra.
Para obter maiores lucros é comum que os proprietários diminuam os salários dos funcionários para poder baratear os produtos e aumentar as vendas. Assim, a desigualdade social entre as classes ganha corpo.
Segunda desvantagem: as crises econômicas. Elas também são consequência da dinâmica do capitalismo. Este modelo econômico pode levar a alguns momentos de alta produção e venda e outros de baixa, ou seja, momentos de crescimento e recessão de maneira cíclica.
As mais famosas crises econômicas que o mundo já passou foram a depressão de 1929, causada por haver muitos produtos em estoque a poucos compradores, e a crise de 2008, resultado de um colapso no sistema de especulação nos Estados Unidos.
Terceira desvantagem: a concentração do poder econômico. Já até comentamos sobre isso em parágrafos anteriores. O lucro e a acumulação de capital estão nas mãos de algumas empresas e proprietários, o que os tornam poderosos economicamente.
Com todo esse poder financeiro, esses personagens passam a dominar o mercado, o que chamamos de monopólio, que é quando uma empresa sozinha domina um determinado nicho, derrubando a concorrência.
Sem concorrência não há o barateamento do valor dos produtos e nem o investimento na melhoria deles ou do atendimento. Sendo assim, perdemos uma das vantagens que o capitalismo tem. O consumidor passa a ser dependente daquela empresa e perde seu poder de escolha e fica refém do preço único de mercado.
A última desvantagem que iremos discutir por aqui é a questão das externalidades negativas. As externalidades são efeitos colaterais de uma decisão que recaem sobre aqueles que não estão envolvidos na ação. No caso do sistema capitalista, por exemplo, umas das externalidades negativas são os casos de poluição e desmatamento.
Muitas empresas, ao desenvolverem suas atividades, acabam por eliminar poluentes na natureza ou extraem matéria prima em larga escala sem fazer a reposição da mesma ou a ponto de que esse retorno não alcance a reposição necessária.
Essa atitude prejudica a natureza que é um elemento externo às decisões do sistema capitalista.
Capitalismo e Sociedade
Além das mudanças que o capitalismo trouxe para o sistema econômico social, há também impactos para a vida política das pessoas.
Alguns dos benefícios políticos causados pelo capitalismo foram: o crescimento econômico, a liberdade política e a auto-organização.
O capitalismo tem uma forte capacidade de trazer o crescimento econômico para uma nação. Notamos isso através da medida do Produto Interno Bruto (PIB), da capacidade instalada ou do padrão de vida das pessoas.
Muitos teóricos observam que o aumento do PIB mundial ao longo do tempo coincide com o surgimento do sistema mundial capitalista moderno. É através desta medida que é possível conferir a disponibilidade de alimentos, habitação, vestuário e cuidados de saúde.
A diminuição do número de horas trabalhadas por semana e a diminuição da participação das crianças e dos idosos no mercado de trabalho também têm sido atribuídas ao capitalismo.
De acordo com o economista Milton Friedman, a liberdade econômica do capitalismo trouxe também a liberdade política. Ele argumentava que o controle centralizado da atividade econômica é sempre acompanhado de repressão política.
Na opinião do economista, as transações em uma economia de mercado são voluntárias e a grande diversidade que permite o voluntariado é uma ameaça fundamental à repressão de líderes políticos e diminui consideravelmente o poder do Estado de coagir a sociedade.
Por último, a auto-organização advinda da implantação do sistema capitalista. Os economistas da Escola Austríaca argumentam que o capitalismo pode se organizar em um sistema complexo, sem uma orientação externa ou mecanismo de planejamento.
Preços servem como um sinal sobre a urgência das vontades das pessoas e a promessa de lucros incentiva os empresários a utilizar os seus conhecimentos e recursos para satisfazer esses desejos. Assim, as atividades de milhões de pessoas, cada uma buscando seu próprio interesse, são coordenadas.
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Capitalismo e meio ambiente
O capitalismo depende da extração de recursos naturais para a produção dos bens materiais. Além disso, as indústrias e os rejeitos das produção também impactam no meio ambiente, uma vez que todo esse material é devolvido à ele.
Deste modo, desde o surgimento e implantação do sistema capitalista, o homem e a natureza vem se digladiando. Com isso, vivemos então um contexto de crise ambiental e social.
Para tentar sanar este problema, há algumas promoções a empresas e produtores que tenham projetos de preservação ambiental, mas pouco é aderido, uma vez que a preocupação com o meio ambiente atrapalha os lucros do empresariado.
Capitalismo no Brasil
Na experiência histórica do capitalismo brasileiro podemos destacar três características controversas: ser economicamente tradicional, socialmente excludente e politicamente conformista.
Economicamente tradicional porque há uma tendência das empresas em transferir decisões estratégicas em relação ao seu futuro para o governo.
Quando eles precisam compensar a falta de competitividade empresarial, confrontam a ameaça de uma concorrência do exterior ou de uma queda na demanda de mercado recorrendo-se ao protecionismo econômico e à incessante busca por subsídios financeiros e incentivos fiscais.
Não é novidade que o sistema capitalista é excludente, uma vez que o lucro e os meios de produção estão nas mãos de poucos. No Brasil não é diferente, ainda mais que o capitalismo vem desde o período escravocrata, outro período marcado pela desigualdade social.
O brasileiro alcançar mobilidade econômica é até considerado uma “loteria da vida”, uma vez que a classe social das pessoas são praticamente determinadas no momento do nascimento.
Por fim, considera-se que o capitalismo brasileiro é conformista porque as novas gerações, que concentram os benefícios e os privilégios resultantes dessas reformas, acabam se tornando conformistas e resistem a promover as mudanças indispensáveis utilizando o seu poder político.
Quer se aprofundar no assunto?
Como dissemos lá no começo do texto, é possível que em algumas graduações se estude de modo mais profundo sobre o capitalismo.
Abaixo, segue algumas faculdades com diversos cursos, como administração, economia, direito, que você pode explorar a temática e o melhor, estudar com descontos na mensalidade ou no modo à distância.
Lembrando que as faculdades abaixo são todas bem avaliadas pelo Ministério da Educação (MEC).
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